Semana Metroviária – 09/Set/2015

      Um sonho de mais de 20 anos da comunidade da Freguesia/ Brasilândia se aproxima da realização.  As obras da Linha 6 – Laranja do Metrô iniciaram em 2015 e, segundo a concessionária Move São Paulo, os trens devem começar a rodar da Brasilândia a São Joaquim em 2020.  Ainda que as recentes experiências metroviárias na cidade apontem para uma tendência de atraso nas obras, o fato da Linha 6 – Laranja ser realizada via PPP (Parceria Público-Privada) a execução dos prazos é fundamental, para permitir o retorno do investimento ao empreendedor.

 

Apresentação da Linha 6 – Laranja no evento de tecnologia metroviária.Apresentação da Linha 6 – Laranja no evento de tecnologia metroviária.

DESAFIO – Em encontro na 21ª Semana de Tecnologia Metroviária, o engenheiro Jaime Zamlung, gerente de Engenharia e Projetos da Move São Paulo, listou as características gerais da obra e da operação da nova linha de Metrô. E destacou o maior desafio enfrentado pelo empreendimento: “Na Linha 6 o nosso maior desafio é a profundidade da linha. Isso vai se refletir em todo o sistema, que deve ter maior confiabilidade. Vai se refletir na manutenção e na operação, vai ser tudo um pouco mais difícil, portanto nós devemos nos focar em ter uma linha de alta confiabilidade”, afirmou Zamlung. Segundo o engenheiro, essa linha superará a de Cingapura, como a de maior profundidade média do mundo.

23 MINUTOS – Os estudos mostram que uma composição levará 23 minutos para ir da estação Brasilândia até a estação São Joaquim. Isso reduzirá em uma hora e meia o tempo de viagem gasto hoje pelos moradores, em cada sentido. O traçado da Linha 6 - Laranja tem a característica de passar por grandes instituições de ensino como FMU, Mackenzie, FAAP, PUC, Uninove e Unip, o que a fez ganhar inicialmente o epíteto de "linha das universidades". Segundo Celso Sartori, do departamento de comunicação da Move São Paulo, essa linha abrirá novas perspectivas para os jovens da Zona Norte, viabilizando um deslocamento mais rápido e digno entre casa, trabalho e estudo.

Estande da concessionária Move São Paulo.Estande da concessionária Move São Paulo. Engenheiro Jaime Zamlung.Engenheiro Jaime Zamlung.

25 ANOS – A concessionária Move São Paulo é uma empresa privada criada especificamente para a implantação e operação da Linha 6 – Laranja.  O período de concessão é de 25 anos, sendo seis anos para implantação (2014-2020), e 19 anos para operação, quando ela deve recuperar o investimento feito. As obras iniciaram na Freguesia do Ó, às margens do rio Tietê, e por esse pátio de obras os dois “tatuzões” começarão as escavações, um em cada sentido.

FÓRUM – A definição do trajeto da Linha 6 – Laranja é fruto de um grande esforço realizado pelo grupo Fórum Metrô Freguesia, que há 12 anos atua politicamente, realizando palestras e encontros junto à comunidade.  A saída da região “para o outro lado do rio”, tanto por carro quanto por ônibus, passa por estrangulamentos como os das avenidas Itaberaba e Nossa Sra. do Ó, além da ponte da Freguesia do Ó. Congestionamentos diários gigantescos minam a saúde da população. Em face disso o Fórum Metrô Freguesia lutou pela chegada do metrô à região, e agora parece estar mais perto de ver o seu sonho virar realidade.

Minudências:
@ A Linha 6 – Laranja terá 15,3 km de extensão, ligando as estações Brasilândia e São Joaquim (integração com linha 1), a um custo anunciado de R$ 9,6 bilhões.
@ As outras 13 estações são Vila Cardoso, Itaberaba, João Paulo I, Freguesia do Ó, Santa Marina, Água Branca (integração com CPTM), Pompéia, Perdizes, PUC/ Cardoso de Almeida, Angélica/ Pacaembu, Higienópolis/ Mackenzie (integração com linha 4), 14-Bis e Bela Vista.
@ O tempo total de viagem estimado é de 23 minutos.  A meta é atender mais de 633 mil pessoas/ dia. 
@ O grande desafio técnico é a profundidade média da linha, que é de 46 metros.  A estação mais profunda é a Higienópolis/ Mackenzie, com 69 metros, equivalente a um prédio de 20 andares. 
@ Pensando na acessibilidade, o engenheiro Zamlung considerou que as estações deverão ter elevadores de grande porte para auxiliar no acesso às plataformas.
@ Como o encontro teve a apresentação de outros projetos metroviários, o engenheiro Zamlung não teve tempo para fazer uma apresentação mais longa, e só conseguiu responder a uma única pergunta do público.
@ Em 2008 o então governador Serra anunciou que a Linha 6 teria uma novidade: um traçado em “Y”. A partir da estação Freguesia do Ó a linha se bifurcaria, com um ramal para a Brasilândia, e outro para a Cachoeirinha. Veja AQUI.  Porém a proposta foi abandonada.
@ Clique AQUI para ver uma audiência ambiental da obra, realizada em Maio/2012.
@ Clique AQUI para ver o lançamento do edital da obra, em Janeiro/2013.

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